Acho que ser herói também vicia e nenhum vício pode ser saudável…
Lance Armstrong
foi um herói, venceu um cancro que, a meu ver, é uma prova mais dura e
desgastante que uma volta à França.
Quando cruzou essa
meta trouxe esperança a muitos outros doentes e quando ganhou a primeira volta
a França depois disso, dopado, ou não, trouxe esperança a um mundo inteiro!
Toda a gente acreditou que a força de vontade podia ser mais
forte que uma doença, porque Lance Armstrong, o doente oncológico, sobreviveu e
provou que a sua força de vontade e de vencer se sobrepunham a uma qualquer
doença mesquinha…
Lance Armstrong devia ter saboreado essas vitórias, ter
saboreado a esperança que ofereceu, ter saboreado e ficado satisfeito, mas não
ficou…
Quis ser herói, outra e outra e outra vez, tornou-se um
viciado infeliz, incapaz de se realizar pela vitoria verdadeira e maior que já
tinha alcançado…
Queria deslumbrar toda a gente, mostrar que estava acima dos
restantes mortais, que era capaz de se repetir e superar tudo e todos…
Desiludiu um mundo inteiro, um mundo ávido de provar que os
heróis não existem.
A verdade é que o mundo admira e repudia os heróis, ao mesmo
tempo, porque não está preparado para lidar com eles…
Lance Armstrong também não estava.
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