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sábado, 26 de janeiro de 2013

Estas merdas metem-me nojo...



Quando houve o recenseamento sobre o aborto eu votei a favor.
Não porque encare o aborto com leviandade, que ache que é um acto simples, natural, ou um direito da mulher.
Um aborto nunca é natural, aliás representa tudo aquilo que contraria a nossa natureza.

Eu, já fiz uma interrupção de gravidez por más formações fetais e custou-me horrores, ainda hoje me pergunto se tomei a opção certa e a seguir tento tranquilizar-me e finjo acreditar que sim, porque preciso seguir em frente.
 Eu sei que fazer um aborto nada tem de agradável.

Desde que foi despenalizado (era com isto que não concordava com a penalização da mulher, com o prolongamento da vergonha e do enxovalho social) é certo que há quem o faça mais do que uma vez e nem sempre pelos motivos mais compreensíveis…
(Há até quem encare o acto de tomar uma pílula do dia seguinte como um método de contracepção a repetir vezes e vezes sem conta…)

Mas não vivemos num mundo cor-de-rosa e de nuvens perfumadas e existirá sempre quem não tenha qualquer respeito pelo seu corpo, ou que transborde egoísmo, falta de ética e imaturidade.

Nunca há decisões perfeitas, todos os actos trazem consequências e a despenalização do aborto terá sempre um lado negro, porque representa a impossibilidade de vir ao mundo uma criança, com o consentimento da sociedade.

Recentemente, uma mãe de 7 filhos, foi penalizada e exposta ao enxovalho social, não por abortar, mas por se recusar a fazer uma laqueação de trompas.
A mãe e os filhos foram castigados e afastados uns dos outros, não porque houvessem maus tratos, abusos físicos ou psicológicos, nem sequer havia insucesso escolar e havia carinho e amor entre os membros da família, mas porque eram pobres e a pobreza, neste país, cada vez mais é punida severamente e com crueldade.
Esta mulher teve 7 filhos, que um dia contribuirão, hipoteticamente, para este país, 7 filhos que fazem falta num país envelhecido onde é preciso nascer mais crianças, para tornar o nosso sistema social sustentável.

Vivemos nós numa sociedade em que se compreende melhor quem faz abortos repetidamente, do que quem tem filhos a mais? E o que são afinal filhos a mais??
Não somos nós netos e bisnetos de familias em que haviam 5, 6, 7, 10 irmãos?

Será que também deviam ter laqueado as trompas às nossas avós e bisavós?

Agora que a China está a mudar em termos de mentalidades estamos nós a caminhar para o planeamento familiar imposto sob pena de prisão, histerectomias forçadas ou outras medidas do género??? 

Não custará mais ao estado pagar abortos consecutivos??

Ás vezes apetece-me vomitar com o nojo que me dão estas merdas...




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