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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Quando nos faltam as forças...

Há dias assim, que nem sequer são assim tão difíceis, porque não acontece nada de dramático, ou especialmente triste, (felizmente), mas em que precisamos de colo, de mimo, ou apenas de descansar um pouco mais...

A Inês tem andado obstipada, mais por vontade própria (porque se encolhe e não quer fazer, desde que fez e lhe doeu) e esta situação tem levado a algumas visitas ao médico e Hospital, mais por descargo de consciência e também porque vejo passar, 2, 3, 4 dias e começo a entrar em arritmia e  preciso que me digam que é mesmo assim, que está tudo bem e a seu tempo tudo irá normalizar com o rabito determinado da pequenicas (e sim, preciso que me digam mais do que uma vez, porque sempre que voltamos ao dia zero e nada muda, a preocupação regressa com o passar  dos dias).

 Talvez pelo arrastar desta situação ande um pouco mais stressada e também porque estou praticamente com 27 semanas de gravidez (faço quarta feira) e  sinto um turbilhão de ansiedade e receio a crescer, de dia para dia, entre a vontade de o ver, cheirar e encher de beijos e ter de deixar a Inês 2, 3, 4 dias,(sei lá eu), quando for para a maternidade e nunca me ter separado dela e não ter como a fazer entender que esta separação será o mais breve possível...

Ontem foi um dia assim...
 Levantamos-nos e despachamos-nos para irmos votar. Eu levava a Inês pela mão e parei em frente aos placards (stand ups??? sei lá eu o nome correcto, daquela porra horrorosa e pesada em metal...) que informavam os eleitores da sua mesa de voto, olho para a Inês que disse qualquer coisa, nem sei o quê, ouço:
-Cuidado!

E de repente tenho um placard daqueles a cair em cima de mim e dela, aquilo era muito mais pesado do que parecia e eu ali, numa fracção de segundo que durou um século, a tentar amparar o peso com um braço e a puxar a Inês para trás com o outro, a tentar proteger o Guilherme do embate na barriga, a rodar o corpo instintivamente, a empurrar tudo com um um braço, sem força suficiente...

O rapaz da organização que veio ajudar, em vez de um obrigada meu, levou com um rude:
-Vocês têm que ter cuidado como metem estas coisas!
 E ele, só perguntava se estavamos bem, sem se melindrar com o meu tom furioso, só perguntava se nos tinhamos magoado, só queria ajudar e a culpa nunca foi dele, foi o vento...

Fui votar...
Quando regressei ele estava no mesmo sitio, os placards já dentro do pavilhão ao abrigo do vento, voltou-me a pedir desculpa e eu, pedi-lhe desculpa também de ter sido rude, mas nem o olhei nos olhos, só queria desaparecer dali...
Eu a sentir-me uma gravida pesada, sem força suficiente para proteger os meus filhos da merda de um placard a meter as culpas nos outros...
Com o coração aos saltos, sem conseguir respirar fundo, só queria chorar e fugir dali...

Porque no fundo sei, que em breve serão dois e nem sempre os meus braços serão suficientes para os proteger e isso é tão assustador...




sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A Inês e a fruta... (Pérolas do insólito)

A Inês adora fruta, mas não a come...

Adora pêssegos, laranjas, bananas, maçãs, uvas, melões, rejubila só de os ver, mas... não os come...



Mesmo agora está aqui a ver desenhos animados com uma uva em cada mão, feliz como só ela!
Antes comia a fruta e adorava, agora fruta fresca só come morangos (os bacaus, como lhes chama), de resto só fruta passada e não identificável...

Quando vê uma peça de fruta pede-me e então começa o namoro, um pêssego por exemplo:
-Olá Pêxegu, eu xu Inês!
(Sim, primeiro apresenta-se!)
Depois:
-Olá Pêxegu amigo!
E depois enche-o de beijos, mete-o a fazer ó-ó ou leva-o com ela para ver os desenhos animados, ou brincar com os legos... Se o pêssego cai e fica amassado, a pequena fruit-lover exclama, horrorizada:
-Oh! Não! O Pêxegu tem dói-dói...
E eu tenho de dar beijinhos no pêssego para passar...

Com os melões faz amizade platónica, mas não os tenta transportar, tenho um na cozinha que ela cumprimenta e faz uma festinha todas as manhãs...

E agora sempre que como um dos amigos da Inês sinto-me uma péssima pessoa, uma "Frutacida" (homicida da fruta) com requintes de malvadez e canibalismo frutal...

Com 50% dos meus genes alguma coisa iria correr mal...








quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Educar com educação

Educar uma criança é das funções mais difíceis, mas seremos nós, pais educados?

A criança aprende quase tudo por imitação, o pequeno observador, regista e analisa tudo o que vê e depois ensaia e aplica, é assim que aprende a interagir e a pertencer ao ambiente que o rodeia.
Assim sendo comportamento gera comportamento, tudo aquilo que a criança vir, ouvir, ou experienciar vai tentar reproduzir mais tarde.
E os pais são os moldes preferidos e mais próximos, aqueles em quem a criança mais confia e a quem tentará agradar com imitações mais perfeitas.

Há quem defenda que a palmada na hora certa pode fazer maravilhas, que não traumatiza a criança e a ensina a obedecer.
A obediência por subjugação, a meu ver, não é um resposta correcta, é apenas uma resposta rápida a algo que está a escapar do nosso controlo, na verdade o pai/mãe bate porque não está a conseguir gerir e ganhar o conflito e  procura um desfecho que o favoreça de modo a lidar com a frustração crescente.
A criança chora e o adulto passa, novamente, a controlar a situação que não estava a conseguir com o poder de argumentação verbal.

Depois, a criança faz o mesmo com os mais fracos e subjugáveis, não vai com conversa, vai à chapada...
Imita aquilo que vê e os pais repreendem-na e dizem: "Não se bate nos mais pequenos!"

Então porque batemos nós, nos mais pequenos?
Se um adulto for agredido por outro é crime, uma mulher agredida pelo companheiro/marido/namorado (ou vice-versa) é violência doméstica,  mas se batermos numa criança é dar educação...
Batemos nós nas pessoas que nos desrespeitam, diariamente, no transito? E se o fizermos não somos punidos? Então se não agredimos (com muita, ou pouca força) os desconhecidos que não têm qualquer importância para nós e nos irritam, porque batemos nos nossos filhos que amamos e confiam em nós?

É importante dizer "Obrigada", "Por favor" e "Desculpa ", para que a criança entenda o objectivo e a recompensação de as dizer, não devemos dizer:
"O que é que se diz?"
Quando pretendemos que peça "Por favor", ou "Obrigada!", se depois lhes pedimos para arrumar os brinquedos e não usamos os mesmos moldes e limitamos-nos a ser imperativos, pois assim a criança percebe que quando se quer algo já, o que funciona é ser autoritário e não educado, como faz a mãe/pai...

Claro que é difícil, dá muito trabalho e é uma tarefa constante mas, na minha opinião,  um ser humano merece a mesma consideração e respeito seja em que idade fôr. 
Um dia quando estivermos velhinhos, menos capazes, quiçá dementes, terão os nossos filhos o direito de nos darem uma palmada para nos "educar" e nos portarmos melhor e não nos magoará se não ouvirmos um "por favor" ou um "obrigada" quando nos esforçarmos no limite das nossas forças para lhe arrancarmos um sorriso e correspondermos aos seus pedidos?






quinta-feira, 12 de setembro de 2013

E(mãe)cipação?

Há coisas que me fazem uma confusão tremenda, uma delas é a insegurança que a mulher moderna tem de assumir-se, antes de mais, como mulher, simplesmente.

Agora está na moda a mulher, que se diz moderna a quem eu chamaria apenas de insegura, dizer que:
-Não gosta de crianças! Porque as crianças são mal educadas e as mulheres que têm crianças ficam todas estúpidas e maternais e vivem para os filhos e são completamente infelizes...



Depois têm crianças...
E passam a gostar de crianças, mas só das suas, as outras continuam a ser o demónio das mulheres...
E não amamentam porque quem faz isso são as mulheres em África, se amamentam odeiam (mesmo que adorem) e vão parar muito em breve porque se sentem um objecto do bebé e elas são mulheres modernas e emancipadas!!
E gostam dos filhos, mas primeiro estão elas, porque não se pode viver em função dos miudos se queremos ser modernas e felizes...

E depois vêm psicólogos, que claramente tiveram carências afectivas em miúdos e devem ser pessoas completamente perturbadas, ensinar que bom mesmo é  terapias de sono para a criança aprender a ser independente! Assim sendo é deixa-los chorar, sozinhos no quarto, sem dó, nem piedade, na primeira noite chora 10m, na segunda  chora 15m, na terceira chora 30m e por aí fora, até a criança perceber que não serve de nada chorar, porque os pais não vão aparecer... A mulher moderna e o pai moderno devem deixar a criancinha esgoelar-se toda!!! (Enquanto os pais nervosos se debatem com o não conseguir aguentar aquele choro e o ter de ser, porque são pais modernos...)

Outros psicólogos, não adeptos do choro compulsivo e de criarmos crianças independentes de 1 ano (eu não me lembro de já querer sair à noite ou conduzir por esta altura, mas se calhar hoje os bebés de 1 ano já têm outras ambições) mas de dizer aos pais que podem ser modernos à mesma, defendem que basta dar 15 minutos de atenção diária (mas atenção: 15 minutos de qualidade) aos nossos filhos e eles crescem felizes...
E as mães modernas podem chegar a casa às 21h desde que antes do jantar fiquem com eles 15minutos em exclusivo, (são mães modernas não podem deixar a carreira que as faz tão (in)feliz ser ultrapassada por todas as outras mulheres que trabalham com elas e ainda não tiveram filhos e que um dia, quando tiverem estarão tramadas com elas, que lhes vão fazer a vida negra e dizer constantemente nos corredores, eu também tenho filhos  nunca saí mais cedo por causa deles, para as tornarem em mães modernas, como elas... Viva a solidariedade feminina!!), por isso é um sossego saber que 15 minutinhos resolvem tudo...

E se calhar as crianças que tantas vezes se satisfazem com pouco e ainda lhe é tão fácil serem naturalmente felizes, até se vão contentando e sorriem e brincam connosco...
Mas chegará aos pais modernos 15 minutos de atenção dos filhos?

Quando é que deixou de ser normal amarmos livremente as nossas crianças e cria-las com o nosso coração, admitindo com orgulho para nós próprios e para os outros, que são o melhor que nos aconteceu e que daríamos a nossa vida, de bom grado, por elas, sem pensarmos duas vezes?

Quando é que ser mãe/pai se tornou obsoleto ou antiquado?

Quando é que deixamos de olhar para as crianças como um futuro promissor e sorridente, cheio de sonhos e encantamento e passámos a encara-los como projectos de ciência?

Quando é que se tornou uma ameaça para uma mulher ser mãe, em vez de ser o maior privilégio da nossa condição, aquilo que nos torna especiais e maravilhosas?

Será assim tão mau, além de sermos quem sempre fomos, conseguirmos gerar a vida dentro de nós e amá-la com uma força sobre-humana e ainda sermos muito felizes e termos uma carreira, assumindo que agora também somos mães e também temos que o ser decentemente e não, apenas boas e (in)felizes profissionais?

Cada faceta da mulher pode estar devidamente estruturada e os filhos crescem rápido demais para sermos mães apenas 15m por dia; 1h e 45m por semana; 6h e 20m por mês; 74 horas e 40m por ano (pouco mais de 3 dias de atenção por ano, chegarão mesmo aos nossos filhos?)

Pessoas?!! O que é que se passa???
Mulheres não se limitem, somos tão melhores do que isto...

domingo, 8 de setembro de 2013

Musicas para crianças (ou talvez não...)

Ás vezes pergunto-me quem escreve algumas musicas para as crianças...
Esta dava ontem no Babyfirst e se não é no minimo estranha.... Então não sei...

"Porcos no átrio o que fazer?
Toca a saltar, meu querido!
Refrão:
Sim, sim! Toca a saltar!
Sim, sim! Toca a saltar!
Sim, sim! Toca a saltar!
Toca a saltar meu querido
 Vacas na cozinha o que fazer?
Toca a saltar meu querido!"

"Porcos no atrio?? Vacas na cozinha??"
Vamos pensar que é apenas non-sense... É melhor...

"Atirei o pau ao gato, mas o gato não morreu???!!"

"Tão-ba-la-lão cabeça de cão, orelha de gato, não tem coração??!!"

Não, não vamos pensar que apelam à violência contra os animais e acreditemos que, mais uma vez, apenas, não fazem sentido algum...
 Mas que são estranhas à brava... São!