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domingo, 30 de novembro de 2014

Ser mãe é tramado...

A Inês está com 3 anos, falavam dos terrible two??
Então nem sei como definir os três...

Tem coisas muitoooooooo boas, a imaginação dela surpreende-me todos os dias, cria histórias com tudo, adora brincar aos salvamentos, aos exploradores/descobridores de tesouros e aos médicos, contínua apaixonadíssima por nós, meiga e mimalhocas como só ela!

É muito maternal e carinhosa com o irmão, apesar de ele lhe puxar os cabelos constantemente...
Mas os ciúmes têm andado ao rubro, quer monopolizar completamente a minha atenção e a do pai, há alturas em que é mesmo muitoooo difícil termos uma conversa um com o outro, porque interrompe, faz asneiras, birras e afins...

Anda muito exigente e respondona (e sai-se com cada resposta que ora nos choca, ora nos leva às gargalhadas), continua a mesma Drama-Queen de sempre (agora a expressão usual, que culmina com ela a chorar e a arrastar-se no chão de barriga para baixo, é:”Estou sozinha, ninguém gosta de mim!!!) e os conflitos às vezes são mesmo muito difíceis de gerir, porque deste lado o cansaço também pesa e a paciência torna-se largamente mais escassa e, para ser completamente honesta, nunca gostei muito de dramalhões de novelas mexicanas...

No fim de semana passado fomos a uma festa de anos e ui!!!… Passei uma das maiores vergonhas da minha vida…
(O pior é que acho que não vai ser a única…)

Eu e o pai só conhecíamos os familiares mais directos da menina que fazia anos, mas a casa estava cheia de família e amigos.

As crianças estavam no quarto, a brincar umas com as outras, fora a aniversariante, a Inês não conhecia nenhuma delas, estava em desvantagem porque para além de serem mais velhas que ela (menos a C. que fazia justamente 3 anos, como a Inês), já se conheciam…

Ela tentou brincar com elas, mas não a deixaram, não se conseguiu integrar no grupo e isso doeu-me profundamente…
Acho que é um medo recorrente dos pais, que os filhos não façam amigos, não se integrem, não pertençam, que fiquem de fora, ninguém quer que o nosso filho seja aquele que ficou de parte, mas às vezes isso acontece…

À Inês foi a primeira e dolorosa vez que isso aconteceu e doeu-lhe tanto a ela como a mim...
Comecei a perceber a frustração no rosto dela, o sorriso inexistente, a corrida dela, desenfreada, pelo quarto, a procurar brinquedos que a distraíssem da indiferença das outras crianças (um mecanismo de defesa, provavelmente), observei-a a brincar sozinha, a fazer vozes diferentes e a criar personagens para mitigar a solidão...

Pensei em interferir, mas na altura contive-me e dei-lhe espaço para que conseguisse resolver o problema sozinha, pensei estar a fazer bem, mas se calhar não estava...

Estivemos naquele sofrimento, eu e ela, uma, duas horas talvez, eu sempre com esperança que algum menino/a brincasse com ela em vez de a desprezar, ou tirar-lhe outro brinquedo, mas nada...
Ela continuava a brincar sozinha, sem conseguir furar o grupo, sempre sem sorrir...

De repente aparece um novo brinquedo, um carro enorme e espectacular a desfilar pelo corredor, uma prenda para a C., todas as crianças rejubilaram e quiseram experimentar, a Inês correu para o carro, sentou-se primeiro, passou à frente, experimentou o brinquedo que todos queriam, venceu, aquele era o momento dela, finalmente ia ser tudo divertido!!!…
Sorriu, deu gargalhadas, gritou:
-"Olha para mim mamã!"…

Expliquei-lhe que só podia andar um bocadinho, que os outros meninos também queriam experimentar, ela pedia só mais um bocadinho, só mais um bocadinho, mamã!!!

E tirei-a do carro porque agora era a vez dos outros meninos, aqueles que não lhe tinham dado a vez em todas as outras brincadeiras, aqueles que não brincaram com ela, aqueles que acharam que ela não tinha direito a nada…
A Inês revoltou-se comigo...

Eu, na sua perspectiva, estava a ser uma traidora, em vez de estar do lado dela, estava do lado dos meninos maus, a mãe estava claramente a portar-se mal e merecia umas chapadas e uns puxões de cabelo...
E a mãe levou!

Sim, na frente de um monte de pessoas que eu não conhecia de lado nenhum, eu levei chapadas e puxões de cabelos da minha filha, da minha Inês que é doida por mim e nunca me tinha feito nada igual, a minha bebé melosa que se me vê chorar, chora logo, que me beija e abraça o tempo todo!

Levei-a dali, novamente para o quarto, ela estava completamente descontrolada, aos gritos e pontapés a tudo…
Eu estava em transe, não sabia se havia de chorar também, ou sair dali disparada, envergonhada, humilhada e muito magoada com ela e, de certa forma comigo mesma…

Optei por me refugiar no quarto com ela, o mano e o pai, não me apetecia nada sair dali...
Depois da explosão de raiva, a Inês chorou agarrada a mim, pediu desculpas, pediu para voltar a andar no carro, prometeu que não fazia mais...
Abracei-a, mas não cedi, disse-lhe que estava de castigo, mas no fundo estávamos as duas de castigo desde que chegámos à festa, o castigo começou no instante em que as expectativas dela não se concretizaram em relação às outras crianças, que estavam no seu direito de escolherem com quem queriam brincar, apesar de tudo…

Ganhei coragem para sair do quarto e não fugir porta fora, ficamos na festa, a C. merecia que comemorássemos o dia dela, cantamos-lhe os Parabéns, a Inês precisava de aprender que independentemente de termos dias maus, não podemos destruir os dias bons dos outros…

Quando lhe perguntei em casa se tinha gostado da festa da C. ela disse que sim, que tinha gostado muito e que também tinha gostado dos meninos, mas que não gostou dos meninos não terem brincado com ela e que ficou farta de ter de brincar sozinha na festa…

Quando lhe perguntei se achava bem ter batido na mãe, voltou a chorar e a pedir desculpa e disse:
-"Mas eu só te pedi para andar mais um bocadinho e tu não deixaste mãe, porque não deixaste?"

De facto podia ter deixado, se acho que isso desculpa a reacção dela?
Não, tem de perceber que a mãe não é saco de porrada e não é assim que se lida com as frustrações...

Mas podia tê-la deixado ser um bocadinho feliz, mais 2 ou 3 minutos, ter sido eu a ceder mais um bocadinho, se calhar haveria birra à mesma mesmo que ela lá ficasse uma hora, ou se calhar não...

Mas eu pelo menos não me sentiria tão culpada, por tê-la feito passar por aquilo, por ter cedido à pressão dos outros pais que também disseram: “ Vá agora é a vez do X e do Y”, quando o “X” e o “Y" nunca levaram em conta a vez dela...

Porém também acho que a Inês precisava de aprender que devemos dar o exemplo e não fazermos aos outros aquilo que não gostamos que nos façam...

Apesar disso tenho a certeza que houve quem me julgasse e a julgasse, a menina mal educada que não soube dar a vez e bateu na mãe que não lhe sabe dar educação...

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Babies Report!!

Ora vamos lá ao report dos babies que eu ando uma desnaturada, sem vergonha!

Inês, 2 anos e 10 meses:
A pequena popota transformou-se numa linda menina!
Gaja com letra maiúscula, já quer escolher a roupa (e eu deixo entre 2, ou 3 opções minhas!).
Ontem acertei-lhe as pontinhas do cabelo e fartou-se de chorar que quer o cabelo muito grande e não quer ter cabelo pequenino!
A cor preferida é, sem surpresas, cor de rosa, adora laços e brilhantes, uma pirosona portanto!
Já sabe despir-se sozinha, calçar-se sozinha (e sem trocar os sapatos!!) vestir sozinha tudo o que não seja de enfiar pela cabeça, conta perfeitamente até 20, sabe as cores todas, come sozinha e usa o garfo, bebe por um copo sem entornar, canta canções completas, consegue imitar pequenas coreografias, veste e despe os bonecos, sobe no escorrega sozinha, mesmo nas escadas de corda.
 Tem um vocabulário bastante rico, usa palavras como exatamente ou horrível, constrói frases completas usando os verbos no tempo correcto (mas às vezes em vez de" fiz" diz "fazi"!)
Sabe dizer o nome completo dela, dos pais e dos avós, reconhece o caminho para casa, casa dos avós e para o parque, de carro ou a pé, sabe dizer a morada (rua, nº e andar).
Quando faz  asneira tenta remediar a situação, arruma os brinquedos entre brincadeiras.

Medos superados: Banho de chuveiro (embora ainda lhe incomode muiiitoooo a água na cabeça); entrar no mar (vai de braçadeiras e adora se bem que não deixa a água subir muito além da coxa!) Bacio (ainda andamos às voltas com o desfralde mas às vezes já pede para fazer no bacio, embora raramente faça!)

Provas por superar: Largar as fraldas de vez, largar a chucha, dormir a noite toda na cama dela. Já houve grandes avanços nestes 3 campos mas ainda há algum caminho pela frente, sem dramas e sem pressas lá chegaremos! Medo de bichos.

Brincadeiras preferidas: Faz de conta, fazer castelos, jogar às escondidas, fazer comidinhas, dar banho aos bebés, jogar à apanhada, caçar tesouros, rebolar na cama com o irmão, jogar à bola, brincar aos médicos (nada de piadolas porcas!!), brincar com carrinhos e aos salvamentos! Tudo o que seja com outras crianças!

Sei que ela está mesmo a crescer quando...
Ela me diz: "Eu consigo fazer sozinha!" E consegue mesmo...
Vou comprar-lhe roupa e descubro que tenho mesmo que ir à secção de criança e já não posso ir à secção de bebé (que tem sempre coisas mais giras e fofinhas...)... Snif... Snif...

Guilherme, 7 meses e 10 dias:
Já se senta e já se aguenta alguns minutos em pé segurado à cama.
Diz mamã com intenção!
Quando tem fome faz: mmmm mmmm!
Já se revolta quando lhe tiramos da mão algo que ele quer.
Arrasta-se  e rebola, para alcançar objectos distantes, a grande velocidade!
Passa objectos de uma mão para a outra e até consegue agarra-los com os pés!
Tira e mete a chucha à irmã (brincadeira preferida!!) e a ele, próprio!
Anda às nossas cavalitas e agarra-se bem!
Sorri o tempo todo!
Pesa com-ó-caraças!!!
Come sopa com carne, come fruta (banana, maçã e pera), iogurte, papa!
Consegue beber agua pelo copo de aprendizagem e já segura no biberão!
Come sozinho, sem problemas e grande rapidez, bolacha Maria e pão!
Continua a mamar durante a noite (oh bolas... prova ainda não superada...) e mal chego do trabalho tem sempre de ser a maminha do miminho (e agora a Inês também, acho que devo ter mel nas mamas caraças...)

Sei que ele está mesmo a crescer quando...
A roupa está mesmo a diminuir...
Já usa as mesmas fraldas da irmã (tamanho 5)...
O meto ao lado da irmã, deitados na cama e a diferença, entre os dois, é um palmo de altura! (Quando ele tiver um ano começam a perguntar-me se são gémeos, de certeza!!)











sexta-feira, 25 de julho de 2014

Desabafos curtos (e grossos!!) #1

Em relação aos incentivos à natalidade:

Os abonos vão continuar a ser mesma M(erda)iséria.

 As creches do estado vão continuar a não ser a resposta que muitos (a grande, grande, GRANDE maioria dos) pais precisavam para ter o primeiro filho ou arriscar o segundo...
Poucas pessoas podem pagar 300 a 400 euros, despreocupadamente, para ter um filho na creche, quanto mais multiplicar estes valores por dois ou três...

A redução de carga horária vai implicar a perda de remuneração (muito) significativa, logo a maioria dos pais não poderão usufruir da mesma, ou seja é uma ficção que adorna uma pré-campanha política, nada mais! Para além de que, já sabemos, será muito mal vista e aceite pelas Empresas e em muitos casos significará a ameaça da perda de emprego, porque não há uma grande salvaguarda da aplicação deste direito.

O aumento da licença de maternidade para um ano igual ao assunto anterior, implica perda significativa de vencimento (durante um ano) e vai ser mal aceite pelas Empresas, embora neste caso haja algumas medidas pensadas para tornar o assunto, mais ou menos, exequível.

Se quisessem mesmo incentivar a natalidade, alargavam a licença para um ano com retribuição a 100%; 
aumentavam o numero de creches de estado e garantiam entrada das crianças, filhas de pais trabalhadores, a partir do 1 ano*, sendo que a mensalidade nunca deveria ultrapassar os 10% do rendimento total mensal do agregado*2;
*(A partir dos 3 anos todas as crianças deveriam ter entrada assegurada, uma vez que é a idade, recomendada, para entrada na creche, antes desta idade devia dar-se prioridade às crianças com pais no mercado de trabalho.)

*2(  1, 2, 3, 4 filhos ficaria, em termos de mensalidade de creche, sempre no mesmo valor , ou seja 10% no total e não 10%
por cada filho!) 
 
a redução de horário de trabalho deveria ser de 2h/dia até a criança completar os 3 anos para ambos os pais, sem qualquer perda de retribuição, (a Segurança Social ressarcia a Empresa no valor horário da ausência do Empregado mais 1%, sem obrigação a substituição do mesmo, por outrem, durante a ausência)  2h/dia até a criança completar os 10 anos para um dos pais (em exclusivo, ou alternado por mutuo acordo) com perda de 5% da retribuição, retido pela Empresa. E 4h/semana até o jovem completar 18 anos, com perda de 3% da retribuição, retido pela Empresa.
Assim sim, eram incentivos imediatos, práticos e exequíveis à natalidade.


(Gostei, no entanto, da redução de IRS e atribuição de um medico de familia a todas as grávidas, medidas que também foram anunciadas, mas isto são apenas adjuvantes ao tratamento da baixa da natalidade, meus Senhores, não curam nada, é como meter um penso rápido numa gangrena...)

terça-feira, 1 de julho de 2014

O regresso à vida activa(???)

E, num abrir e fechar de olhos, chegou o dia de voltar ao trabalho..

Claro que com horário reduzido ... (6 horas de trabalho + 1 h de refeição o que equivale a 7 horas + 1 hora de deslocação, entre ida e regresso, o que passa a representar 8 horas...) mas ainda assim, sobretudo para quem ainda amamenta (o meu caso), é complicado de gerir, sobretudo emocionalmente.

Desta vez ia deixar não um, mas dois bebés...... (A Inês desde Abril que estava em casa comigo, devido a ter ficado de baixa por gravidez de risco do Guilherme)
 Foi duro e a antecipação amarga...
Apesar de saber que estão muito bem entregues, no coli(ni)nho do mimo dos avós, é impossível não haver algumas lágrimas...

Primeiro eu, que um mês antes já suspirava por tudo e por nada e parecia que os dias me fugiam...

Depois o pequeno-lontrinho...
No primeiro dia recusou-se a comer, embora goste de sopa, de papa e de fruta (biberão é que nunca aceitou), recusou toda a comida, cuspia tudo e chorava que nem um condenado (ele e eu, cada vez que ligava para a minha mãe e ela me dizia que ele se recusava a comer...), quando cheguei até tinha olheiras o meu pobre bebé, doeu-me tanto (o penar dele e as minhas mamas que estavam cheias e ele parecia um papa-formigas faminto...).
No segundo dia, no entanto, bebeu um biberão de leite e agarrou-se ao bibas (que ele sempre tinha odiado) com unhas e dentes (sim, já tem 2 dentes a romper!!), que isto mais vale ser um bebé prevenido e à laia da Àgata:
“Podes ficar com as mamas, com o colo e com os teus beijos, mas não fiques com ele!! (o biberão, neste caso!!)
Agora, 6 dias depois, já parece estar mais convencido, aceita o biberão a meio da manhã e a sopa e fruta ao almoço, depois, às 15h30m, quando chego, atesta maminha até aos olhinhos e só quer mimalho e colinho com fartura!

Agora a minha pequenicas...
Os primeiros dois dias foram pacíficos, ficou com os meus pais e o irmão, portou-se bem, andou bem disposta e até ajudou a tomar conta do mano em sofrimento.
Nos seguintes já houve sangue, suor e lágrimas...
Rabuja por tudo, chora quando eu saio, quer o meu colo, diz que tem muitas saudades, dorme agitada... Quando eu chego faz birra por tudo... Enfim... Está a estranhar estas horas de afastamento e a reagir com o gostinho gourmet dos terrible two...

Eu, agora, no entanto, sinto-me mais tranquila, mais bem-disposta, mais disponível para os dois.
Nas últimas semanas andava muito stressada, estiveram ambos doentes, foi muito cansativo e depois a angústia da antecipação comia-me por dentro...
Levanto-me às 6h da manhã e deito-me às 23h, mas sinto-me muito menos cansada, mais capaz de gerir as birras deles, sem stressar ou ranger os dentes... Fazia-me falta esta folga de ir trabalhar, é quase como estar de férias, apesar de ali se trabalhar à séria!!!

É verdade que ser bem recebida no meu local de trabalho pelas minhas meninas também ajudou muito (obrigada minha Selma, Joaninha, Sarita e Carinocas, vocês são as maiores!!!), faziam-me falta os risos delas, as loucuras saudáveis, as conversas!

Também é verdade que o carinho e o amor que os meus pais (e a minha sogra aos fins de semana) dedicam aos meus filhos contribuem para a minha tranquilidade (vivam os avós, que são assim das melhores coisas do mundo!!!)

E os miminhos da minha Sandra (minha amiga de tantos anos, de tantas crises, de tantas lutas) me souberam pela vida! Obrigada loura amo-te daqui até à lua (sem André Sardet, por favor!!)
E tenho o melhor irmão do mundo!!! (Sem ti mano tinha enlouquecido, obrigada mostrengo!)
E o pai dos babies merece um troféu (ou dois ou três) pelo apoio e a paciência epelas flores que me traz nos dias maus! (thank's, luv' u, ti!)

Mas, a ingrata e difícil verdade é que ser mãe a tempo inteiro é para valentes, é maravilhoso mas não é fácil, tem dias que nos sabe a mel e outros que nos amarga a boca...
 E cansa mais do que qualquer emprego, sim QUALQUER emprego, mas se eu pudesse este seria o meu trabalho a full time, afinal até tenho jeito para a coisa e o que se faz por gosto faz-se sempre melhor!

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Ainda dizem que o São Pedro é santo padroeiro...

Já só faltam 10 dias para voltar a trabalhar (também, fora de casa, porque quando se é mãe nunca se deixa de trabalhar!), como é que já se passaram 6 meses, COMO????

Ando de coração apertadinho... Apesar de ter saudades das minhas colegas, não me apetece nada voltar e ter de abrir mão de ser mãe deles, em exclusivo...

Euromilhões porque me abandonaste??? (Estou farta de te dizer quais são os numeros, farta... BURRO PÁ!!!!)

Entretanto o Guilherme já se iniciou na sopa e adora mas, para a minha tranquilidade sofrer constantes facadas, não aceita biberão, é fiel que dói, à maminha e ando aqui em sofrimento porque vejo os dias a passar e ele nada de se resolver a aceitar o dito-cujo... Como o jeitoso já pesa 9,500kg, não queria dar papa ao pequeno leitão, mas não se apresentam grandes alternativas para o período entre as 7h (maminha da mamã) e as 13h (sopa), uma vez que o bibas é coisa que não lhe assiste e eu só estarei de volta às 15h30m para sossegar o pequeno Drácula da maminha...

A avó é uma valente (ou ingénua...) e vai ficar com os dois, mas vai suar as estopinhas com eles, ai, vai, vai! 
Mas, segundo a própria, quem corre por gosto não cansa! 
 (pobre avó encantada que vê os netinhos como uns anjinhos papudos e em breve vai perceber que quando berram ao mesmo tempo é de fugir e parece que desce o demo sobre eles!!!)
 O que vale é que tem o avô para a ajudar a entreter os anjinhos, que com babies, colos extra nunca são demais!

Por exemplo agora, durante as ferias do pai, ficaram os dois doentes, cheios de febre, com este fantástico calor medonho, o que ajuda bastante a baixar temperaturas febris...
Nós estávamos na Nazaré quando começou o martírio, primeiro ela, birras intermináveis, febre e vomito por todo o lado... 
Depois melhorou e lá fomos para o Zêzere onde voltou o suplício e desta vez sem ceder com Paracetamol, o que nos levou a ter de ir com ela a uma clínica de urgência e à estreia do primeiro antibiótico no bucho... 
Toda a gente a curtir o solinho e a piscina, no maravilhoso jardim da Vila dos Castanheiros ,
 e eu a penar com ela enfiada no quarto, entre choros, vómitos e afins... 
Depois regressamos, ela já restabelecida graças ao antibiótico e o pequeno gigantones resolve seguir, ao de leve, as pisadas da irmã mais velha e ficar cheio de febre também, lá fizemos uma maravilhosa excursão ao Hospital Garcia de Orta. 
Não contentes com estes pequenos prazeres relaxantes que transformam quaisquer férias num Oásis no deserto, uma matilha de melgas resolve devorar a pobre Inês há 2 noites e parece um Ferrero Rocher... (picadas de melga + baby = coceira a noite toda, rabujice e nada de dormir)

 O pai entretanto começou ontem a ficar com febre e hoje começou a trabalhar... Doente! 
Obrigada São Pedro depois de nos tentares afogar com tanta chuva resolveste lixar-nos as férias com um calor de fugir que traz melgas e vírus marados, és um fixe, tu!










segunda-feira, 19 de maio de 2014

Eu, mãe foleira me confesso!

Cada vez é mais difícil ser uma mãe normal porque deixaram de existir crianças normais...
Hoje todas as crianças têm de ser excepcionais, sobredotadas, muito adultas para a idade, avançadas, etc...
Raramente se ouve, o meu filho é péssimo nisto ou naquilo, ou preguiçoso... As crianças têm todas de ser fantásticas, perfeitas, de sonho... Um sonho estranho que se torna num frustrante pesadelo para os pais...
Porque crianças perfeitas precisam de pais perfeitos...

Eu não sou uma super-mãe, não sou perfeita, não tenho nervos de aço, erro muitas vezes e nem sempre aprendo à primeira...
 Sou de uma espécie, pelos vistos, quase extinta a espécie das mães normais... E tenho filhos normais que tento fazer felizes sem lhes dar a entender que o mundo gira à volta deles, porque não gira e se o têm que descobrir ao menos que seja por mim...
Acho os meus filhos especiais porque são meus, mas sei que o mundo não os verá como eu, nem os amará incondicionalmente e eles precisam de aprender isso e ter noção da realidade.
Haverá sempre alguém que os achará pouco interessantes, haverá sempre alguém que os achará feios, haverá sempre alguém que os achará invisíveis.  Sempre.
E isto não é crueldade gratuita é apenas a realidade das coisas.
Também, felizmente, haverá sempre quem, além de mim, os ame e os ache o máximo! E isto sim é importante que saibam, ao longo da vida podem descobrir todo o tipo de pessoas e de umas gostarão e de outras não, porque é assim mesmo...
Não temos que agradar a toda a gente e nem toda a gente nos agrada, mas apesar disto devemos tentar não sermos cruéis...
Não sei que adultos serão os meus filhos, não sei se os valores que lhes tento transmitir serão os mais correctos, porque nem sempre consigo dar o melhor exemplo, nem sempre ajo da melhor maneira e tenho consciência disso.
Sou humana, não sou super, felizmente, têm alguém que os ensine que não seja inimitável na sua perfeição... Deve ser muito assustador para uma criança ter pais perfeitos, as expectativas tornam-se tão grandes que parecem logo, à partida insuperáveis ou inatingíveis...
Comigo não há esse risco, pelo menos, sei que eles poderão sempre ser melhores do que eu e se não forem podem sempre meter-me as culpas em cima e dizer que a culpa foi minha e que não fui um bom exemplo!

Nem sempre faço programas super-interessantes com eles, muitos dos nossos dias são passados em casa,a fazer coisas perfeitamente normais...
 Não pretendo que aprendam mandarim, ou inglês com 2 anos, ou piano, ou ballet... Lamento...
Fico satisfeita se já forem dizendo alguma coisa perceptível em Português e se gostarem de andar aos pulos quando ouvem musica e que dancem livremente, mesmo que pareçam cangurus-bêbados!
Não brincam com o i-pad ou com tablets, lamento mas não vejo o interesse e acho que existem coisas mais resistentes para caírem ao chão nesta casa...
Não vamos a mercaditos e merdices do tipo da moda prefiro leva-los ao parque ou ao jardim, não tenho pachorra para esses eventos "supé-fashion" e duvido que a minha filha se divertisse mais nesses meios do que aos gritos na praia a cair de boca na areia...
Não anda na creche ainda e não estou preocupada com o desenvolvimento dela.
Gosta de fazer amizades, gosta de partilhar mas também sabe  ser egoísta, ou dar uma chapada noutro puto (e os outros meninos também sabem, mesmo que os pais não o admitam!)...
Tento ensina-la a ser amiga de todos, mas nunca a obrigarei a levar porrada e ficar quieta, começar guerras não, mas defender-se sempre e se possível que não seja ela a ficar no chão!
Não gasto 100 euros, nem 50 num vestido para a Inês, sou muito vaidosa com os meus filhos, mas estão a crescer constantemente e tenho juízo na cabeça! Roupa da Modalfa, da Zara ou da H&M servem perfeitamente, se servem para mim, também servem para eles, temos pena!
(E honestamente irrita-me essas roupinhas todas cocós... Miúdos de fofos, ou que raio é aquilo, que parecem uns parolos pequeninos... Coitadinhos... Quando virem as fotos deles daqui a uns anos é que vai ser bonito...)

Muitas vezes têm nódoas na roupa, fazem birras, são insuportáveis, eu também!
Riem-se de coisas parvas... Eu também...
São desajeitados e desastrados... Eu também...
Jamais aprenderão comigo a fazer pratos gourmet, rendas de bilros ou a tocar violino...
Mas tudo o que lhes puder ensinar, tudo o que eu aprendi, ser-lhes-à ensinado com amor e a paciência que me for possível, porque há dias melhores do que outros e nem sempre os ensinamos em dias bons!











sábado, 17 de maio de 2014

Quando o caos é o nosso céu!

Há momentos em que ter dois bebés de idades aproximadas (Inês 2 anos e 7 meses, Guilherme 4 meses e meio) torna-se muito complicado...
Mas quem quer ter uma vida (mesmo, mesmo, mesmoooo) simples? 




 
Os meus filhos são completamente diferentes, comportamentos, personalidades (para alem do género, obviamente!) 
E nós também somos diferentes com cada um deles, porque ao contrario do que se pensa e se diz, eles não querem que os pais sejam iguais para os dois (justos sim!) porque todas as crianças têm necessidades e ritmos diferentes!
Assim, embora seja mãe pela segunda vez, é a primeira vez que sou mãe do Guilherme.

A Inês é uma força da natureza, livre, destemida, dramática,  teimosa, voluntariosa, criativa e com uma imaginação inesgotável (e umas pilhas que estão sempre com a carga toda...)!
O Guilherme é tranquilo, sempre bem disposto, interage muito connosco (mais até do que ela interagia nesta fase) mas gosta pouco de muita agitação,  assusta-se facilmente e não gosta de barulho... 

A Inês nesta altura (4 meses) só adormecia no meu colo e era viciada nas mamas, chorava que nem uma abandonada se não tinha atenção imediata e constante (ainda hoje é igual...)
O Guilherme adora que o pai o adormeça e que lhe pegue assim que chega. Distrai-se imenso sozinho a explorar o que o rodeia e só chora em ultimo recurso, prefere dar gritinhos ou gargalhadas para ter atenção! 
As mamas são mera fonte de alimentação, de resto não lhes liga nenhuma, se não tiver fome e eu (pensando que tem...) lhe oferecer a mama fica irritadíssimo!! (A Inês, mesmo sem fome, aceitava sempre um bocadinho de maminha!)
A Inês nunca se incomodou com a fralda molhada e fazia cocó (muito, muito, muito) sem se manifestar.
O Guilherme detesta ter a fralda molhada ou suja e faz um ahhhhhhhhhhhh!! seguido de um estremecer de braços e pernas cada vez que faz um belo cocó!

E depois há as semelhanças:
 Ambos, entre uma serie considerável de bonecos, escolheram o mesmo para o ó-ó o elefante Igor(que a Inês por volta do 1 ano trocou pelo rato Migas!) e o frango Francisco como companheiro preferido de brincadeiras! (Por isso na minha cama muitas vezes somos 2 adultos, dois babies, um rato, um elefante e mais a gata, felizmente o gato tem juízo e dorme sossegado na sala...)

À noite são encalorados  e gostam de dormir de braços esticados para trás! (comigo no meio, tipo salsicha esmifrada dentro de um muito inquieto cachorro quente...)
Começaram a rebolar e a virar-se com a mesma idade e no mesmo lugar!
Adoram o banho e encharcar-me toda...
Têm grande pontaria e desenvolveram com mestria a arte de bolsar-me de jacto, arrancar-me os óculos da cara, ou atirar-me coisas...
Ambos conseguiram acertar-me com cocó diversas vezes e/ou mijar-me...
Quando um acorda a berrar o outro faz o mesmo!
Quando um quer colo o outro... quer o mesmo!
Quando um ri à gargalhada o outro... ri à gargalhada e nós (que aquilo contagia à brava!!!) rimos à gargalhada!
Ás vezes andam com as fraldas trocadas... (quando vêm das avós!) (a Inês usa o tamanho 5 e o "pequeno" Gui, de quase 9kg e 68cm, usa o tamanho 3, quase a passar para o 4...)
 Ás vezes andam com as chuchas trocadas... (Mais uma vez... as avós, essas grandes criativas!)
Têm o melhor cheiro, sorriso e olhar apaixonado do mundo (pelo menos do meu, claro!)
Adoram musica e dançar comigo! Têm preferência por sons ritmados e mexidos e pouco interesse (ou pachorra) por musica clássica. (Eu tb só comecei a gostar deste tipo lá para os 10-12 anos, por influência do meu tio João e sempre preferi musicas que dessem para abanar o rabo que slows e afins...)
São os dois parecidos com o pai... (Sim, é uma injustiça... Vivo as privações de duas gravidezes de alto risco e nem sequer se dignam a ser um bocadinho parecidos comigo... Babies ingratos!!! Mas pronto, a inteligência, o charme e o engenho herdaram da mãe!! ;) Eh eh eh!!)

São completamente irresistíveis e fofos e giros que se fartam e acho que descobri, finalmente, a minha verdadeira vocação:
 Sei fazer babies giros e muito bem dispostos!!!
Também tenho outros "dons" descobertos recentemente:
Consigo dormir (muito, muito) pouco...
Consigo mudar fraldas a dormir (porque no dia seguinte nem me recordo...)
Consigo dar mama ao Guilherme e a sopa à Inês, ao mesmo tempo, enquanto canto...
Consigo resistir a choro muito, muito alto em simultâneo, durante minutos que me parecem horas, sem me atirar da janela ou esfaquear-me, ou enfiar tampões menstruais nas orelhas, ou meias, (sim, não tenho tampões para os ouvidos em casa...)ou os rabos dos gatos e sobreviver!!! (Também acho que estou a ficar gradualmente surda e isso, parecendo que não, também ajuda bastante!)
Consigo dizer de 5 em 5segundos: "Inês não grites que o teu irmão está a dormir!!", sem desistir e lidar com a frustação de não servir de nada... (Porque ela de 5 em 5 segundos esquece-se e volta a gritar, ou começa a cantar... aos gritos... Por acaso aqui acho que o "dom" é mais do Guilherme, que consegue dormir à mesma...)
Consigo lavar chuchas de 5 em 5 minutos sem as atirar todas para o lixo... (Aqui não é bem um "dom"... É mais o medo, o terrível medo do que viria depois... A  minha vida sem as chuchas seria mesmo muito difícil... Obrigada por teres existido maravilhoso/a inventor/a das chuchas.. Obrigada...)
Consigo fazer máquinas e máquinas de roupa, sem decidir que eles conseguem sobreviver se andarem só de fralda...( Hummmm isto é mesmo muito tentador... Agora até está calor e tal... Tenho que rever este "dom" e pensar se não estou só a ser uma otária masoquista...) 
 Consigo tirar nódoas de tudo com toalhitas de bebé, sobretudo da minha roupa... (Aqui o mérito, se calhar, é das toalhitas, mas eu preciso de algum conforto e vou roubar-lhes o protagonismo...)
Consigo arrumar a casa 500 vezes por dia e ter sempre coisas fora do lugar e em locais inesperados, há dias tinha 2 limões dentro da gaveta das toalhas da cozinha e 4 batatas no bidé... (Faz de conta que isto é bom... OK??? Não me querem enervar mais, pois não??!!)
Consigo dormir em cima de chuchas, pinypons e, mais recentemente, um grande dinossauro de plástico... (e não acordar apesar de ficar cheia de marcas no corpo... Se isto não é um "dom" não sei o que será...)
Consigo não matar todas as pessoas que me dizem: "Oh!! São iguais ao pai!" E me olham em tom desafiador... (só pode) E ainda conseguir sorrir, sem ter uma contratura muscular nas bochechas de tanta tensão... (E no fundo, ter a certeza, que jamais poderiam ser mais lindos os meus filhos e que que foram buscar os olhos fantásticos do babado do pai e o seu sorriso contagiante e genuinamente bonito! E  ficar feliz com isso!)

Ter o maior dom de todos, o de os ter na minha vida e ser deles todos os dias até morrer e se calhar até depois disso! 
E de os amar, desta forma louca, desvairada, irracional, pura, visceral! 
Um sentir que só se sabe e só se sente pelos NOSSOS filhos e por mais ninguém e só se aprende por eles e com eles!
 
 
 

terça-feira, 29 de abril de 2014

As mentiras da verdade! Ser mãe não é (sempre) um paraíso!

Ser mãe é a melhor coisa do mundo!!!

Sim é, mas cansa! E cansa muito! 

A maternidade tem muitos dias cinzentos, não são só dias cor-de-rosa, como, quase, todas as mães apregoam aos sete ventos... 
É difícil, leva-nos ao extremo, testa-nos constantemente (e raramente achamos que passamos nos testes com distinção, porque achamos que podíamos ser sempre melhores) e nunca, nunca tem dias de folga...  



(Mesmo se não estamos com eles, estamos a pensar neles, ou que a sopa está a acabar, ou que temos de comprar mais fraldas, ou interiores, ou que nos esquecemos de deixar alguma coisa,que ele(a) nunca precisou, mas se calhar vai precisar logo hoje, que não está connosco, tipo a maquina dos aerossóis que ainda está dentro da caixa...)

A primeira viagem nesta aventura, no entanto, parece-me que é a pior, em termos de ansiedade, cansaço e culpabilização constante... Não porque os primeiros filhos sejam mais difíceis, ou complicados, mas porque as primeiras mães ainda são virgens (e eu até de signo, valha-me-Deus) nestas andanças...
É todo um mundo novo que nos engole e nos acolhe!

Antes de nascerem até podemos estar tranquilas e confiantes! Pensamos que estamos preparadas, lemos bastante, falamos com amigas veteranas, queremos muito, o que é que pode correr mal? Certo?
Mas...
Mas, há sempre um mas...
A mulher que somos no dia antes de termos o nosso bebé, não é a mesma que nasce com ele, no dia seguinte...
 Não é só ele que surge pela primeira vez no mundo, nós também! 
E todas as certezas que tínhamos estremecem, mesmo se somos as pessoas mais confiantes e esclarecidas do mundo...

E aquilo "que nos vendem" as outras mamãs nem sempre se aplica no nosso caso, vejamos alguns exemplos que na pratica, comigo, não se verificaram:

-Eu, ainda na maternidade, já distinguia o choro do meu/inha bebé, do choro dos outros!
(se alguma vez isso me tivesse acontecido nunca tinha feito xixi à pressa, sempre que ia à casa de banho, ou tomado banho em 2m...)

-Mal olhei para ele(a) chorei muito e senti logo um amor avassalador! (Eu não chorei quando vi a Inês, ou quando vi o Guilherme, fiquei, sim, aliviada de os ver cá fora e de os saber saudáveis, amo-os avassaladoramente, mas esse Amor desmesurado constrói-se todos os dias e continuará a crescer todos os dias da minha vida!)

-Sempre que ele(a) chora identifico o que quer! (Ui... Confesso que com o Guilherme foi bem mais fácil, mas porque a minha tolerância a choro de baby já estava muito maior, mas com a Inês de inicio era mesmo Totobola:  -Deve ser fome, ah, afinal deve ser fralda molhada, ah afinal deve querer só colo, ah, então se calhar são cólicas, ah afinal deve ser mesmo fome... ou então, não...)

-Nunca tive dificuldade em vestir o meu/inha bebé! (Eles são pequenos, odeiam que os dispam, choram como se os tivéssemos a matar, ficam vermelhos como pimentos, prestes a explodir... No meio disto tudo encaracolam-se todos, tesos que nem bacalhaus, enquanto nós tentamos enfiar lá dentro pernas e braços minúsculos, cheios de medo de os magoarmos, tudo isto ao som de um choro agudo e agonizante, que não termina durante todo o processo... Há mais difícil do que isto???)


E sim, temos medo de não acordar quando eles precisam de nós, nos primeiros dias. (E depois passamos a vida a ver se eles estão a respirar, quando dormem profundamente e somos nós que nem dormimos...)


Achamos que vamos aguentar bem a dormir pouco e afinal, dormir é tão maravilhoso e surpresa, das surpresas, faz-nos mesmo MUITA falta... (Resultado andamos com olheiras mais escuras que pântanos e um humor de cão com sarna...)


Vivemos no pânico da primeira febre... (E maldizemos todos os episódios que vimos do Dr. House, que nos deixam, agora, a cabeça às voltas...)


A primeira vez que se engasgam a sério, pára-nos o coração, apesar de podermos saber bem (na teoria) o que temos de fazer. (E depois fazemos o que é suposto e pensamos que da próxima vez não vamos fazer a tempo e... e... e... Enfim, apanhamos um cagaço do caraças!!!)


A primeira vez que batem com a cabeça (mesmo que seja uma pequena batidinha) pensamos logo em traumatismo craniano e damos connosco a observar a reacção deles durante as próximas 48h e com medo que durmam a sesta do costume, apesar de estarem normalíssimos... (Isto tudo, enquanto pensamos de 5m em 5m a culpa foi minha, a culpa foi minha, a culpa foi minha...)

Queremos muito que aprendam a andar, mas ao mesmo tempo temos tanto medo que caiam e se magoem que temos que nos controlar, muito, para não andarmos sempre a dar-lhe a mão... (Eu ainda fui pior e comprei-lhe um capacete... E vou usar neste outra vez quando chegar a altura...)


Achamos que vamos saber respeitar o seu ritmo de crescimento, mas acabamos sempre por ficar preocupadas quando ele ainda não anda, não gatinha, não fala, ou não conta até 56766746566566, como o filho/a da nossa amiga... (E sentimos-nos estupidamente vaidosas quando é o contrário... Que estupidez, mas é verdade...)


A única parte que melhora com o segundo filho, terceiro, etc..., é que já sabemos que vamos passar por isto tudo e que sobrevivemos da primeira vez e que apesar de não sabermos tudo, não sermos perfeitas, os primeiros filhos também sobreviveram e até nos parecem, muito felizes!!!

E se não compensasse em larga escala, porque é que existe a vontade de repetir tudo outra vez? Hum?






quarta-feira, 16 de abril de 2014

Agora sim, sei o que é uma ramboia desavergonhada!!

Pensamento recorrente de solteiros felizes sem filhos:

"Ah e tal quando chegam os filhos a nossa vida fica uma seca, rotina, rotina e mais rotina... Perde-se o espírito da aventura e a vontade e disponibilidade de viver novas experiências radicais..."





A realidade:
Minha cama às 23h: Eu e dois gajos, um bastante mais novo!

Minha cama às 2h da manhã: Sai o gajo mais velho para entrar uma gaja mais nova!

Minha cama às 4h da manhã: A gaja mais nova sai e volta o gajo mais velho!

Minha cama às 6h30m da manhã até às 9h: Regressa a gaja mais nova e o gajo mais velho torna a sair...


(Pelo meio, de 3h/3h, o gajo (bastante) mais novo só pensa em mamas... Este nunca sai da cama!)

E é assim todas as noites...

 Conseguem competir com isto? Hum? Hum?




segunda-feira, 31 de março de 2014

Quero o meu "calhálho"??????????

E quando a tua filha grita:
"-Quelo o meu calhálho!!!"
E tu sabes que ela não consegue dizer os "r" ficas francamente em pânico...



Depois de quase desmaiares, de te mortificares e de pensares onde raio ouviu ela isto...
Respiras fundo e pensas que agora a tua filha é daquelas criancinhas que dizem asneiras cabeludas e morres de vergonha...
:(((

Depois... Quando tudo parece negro e perdido...
Descobres que "calhálho" é na verdade  aquário!!!  
E passas uns bons 10 minutos a tentar ensinar-lhe a dizer a palavra correctamente antes que ela , um dia, entre numa loja de animais... 

sexta-feira, 28 de março de 2014

E já se passaram 3 meses...

Ontem o Guilherme fez 3 meses, passou tão rápido e ao mesmo tempo parece que já estamos juntos há anos e que nunca houve uma vida antes deles...

O gordinho está quase com 8kg e 64cm, a estatura da mana aos 6 meses, acima do percentil 95 e ainda só a maminha!
Já tenta rebolar, sorri muito e palra o tempo todo! Adora levar tudo o que apanha à boca e gengivar, com fúria, as descobertas!

A Inês já experimentou algumas agruras de ter um pequeno irmão, levou com cócó de jacto em cima e bolsado na cara... Sim o mano "é quido" (como ela diz!) mas também "xuja a Inês..."
E rouba-lhe o colo muitas vezes, o que a leva a protestar, "mete o mano na cama dele, mãe..."

E quando choram os dois ao mesmo tempo é duro ter de optar por qual acudo primeiro, confesso...
Para além de que esta sinfonia de dois babys a esgoelarem-se todos dá cabo da cabeça (e dos nervos) a qualquer monge tibetano (quanto mais eu...).

E depois também é chato, para ela, o mano dormir tantas vezes por isso de vez em quando resolve acorda-lo com uma beijoca (sonora) acompanhada de um abraço apertado (leia-se gravata...)
Ou então, porque está aborrecida, bora lá pegar nos lápis de cor e pintar as paredes, enquanto a mãe muda a fralda ao mano...

As cólicas também nos têm acompanhado para tornar tudo mais interessante (p...t... que as pariu...) e agitarem um pouco este ambiente Zen (com dois babys, dois gatos e agora um peixe Kamikaze).
Sim, há momentos complicados, em que o stress e o cansaço parecem muito maiores que nós e que nos vão engolir...
Mas são momentos, efemeridades que passam e trazem outros melhores ou até mesmo maravilhosos!

 E a maternidade também passa por isto, ter memória selectiva, reter os bons para não haver muito espaço para vivermos tão intensamente os maus!




terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

"A multiplicação das fraldas!"

É incrível como a nossa vida muda constantemente e nós corremos sempre para conseguir acompanha-la!
Em 2010, ainda sem filhos, jamais imaginaria os meus dias em 2014 com 2 pequenicos a disputar o meu colo!



Ser mãe é aprender a ser tudo, mãe, amiga, professora, enfermeira, nutricionista, medica, palhaça, bombeira, policia, advogada, economista, malabarista, etc... E quando se está em casa é ser tudo isto 24horas por dia a multiplicar por 2.

A minha licença de maternidade do Guilherme, tendo a Inês presente (nos terrible two) é maravilhosa e esgotante ao mesmo tempo, há sempre um ao colo, um a chorar, um a exigir prioridade, fraldas a ser mudadas, a maquina de roupa non-stop e agora juntem a isto um casal de gatos destravados sempre a largar pelos, a tentar arranhar o sofá (a reclamarem atenção também para eles) a correrem desalmados pela casa, ou a miarem sem motivo às 3h da manhã...

Confesso, aprendi a saborear cada segundo de silêncio!
E descobri que é possível sobreviver-se com muito poucas horas de sono, todos os dias e ainda ter energia para andar de gatas pela casa a brincar aos cães e aos gatos!
É possível ter um baby na mama, ela a escarafunchar-me o umbigo e ainda conseguir falar com uma amiga ao telefone, ou fazer as compras do Continente online.
Dormir sem me mexer, no meio dos dois com um em cada braço noites seguidas, sem precisar de fisioterapia.
Pintar o cabelo enquanto eles dormem a sesta e arriscar ficar com o projecto a meio...
E é possível ter (alguma) sanidade mental quando um grita com cólicas e a outra berra porque quer o Pai Natal e estamos em Fevereiro...

Mas, apesar do cansaço e da loucura, não trocava nada dos meus dias de hoje pelos dias até 2010 e sempre me considerei uma pessoa feliz!
Porque além destas arestas todas há um circulo enorme que me envolve e os envolve, este Amor com letra grande!
As gargalhadas dela tão genuínas e os sorrisos dele tão puros!
O conforto da respiração deles quando adormecem na segurança do meu colo e respiram profundamente porque chegaram ao calor do ninho!
Abraça-los e saber que são meus e eu serei sempre, sempre deles, nesta vida e em todas!
Não há noite bem dormida que pague isto!

E depois há o olhar dela para ele, a tentar esticar a pequena asa de irmã (bebé) mais velha para tentar abriga-lo, os olhos de mel que o procuram mal acorda e o olhar dele que a procura mal escuta a voz dela! E nesse momento eu sei que lhes dei o presente mais poderoso e belo do mundo:
 O Amor de se terem um ao outro!

P.S. Só um pequeno stress à parte, os baby-gajos mijam para cima e eu já levei com umas mijecas do gajito no trombil, ainda me diziam que era mais facil mudar fraldas aos meninos... Bah!!