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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Poque o Papão existe e o pior é que não está sozinho...

 Ser mãe modifica-nos sempre, a mim tornou-me simultaneamente mais forte e mais fraca...

Mais forte porque me demonstrou que temos muito mais energia do que julgávamos ter e mesmo quando pensamos que estamos no limite, as pilhas se recarregam de repente se, num momento de maior desespero ou exaustão, eles nos presenteiam com um sorriso, ou um abraço, ou um simples olhar...

Mais fraca porque todos os dias me apercebo de como será difícil explicar o lado negro do mundo à Inês, sem lhe roubar a doçura, a ingenuidade, a ideia que ela tem que todas as pessoas são boas e gostam dela...

A verdade é que o mundo e a vida são descobertas maravilhosas que merecem todo o entusiasmo e a curiosidade de uma criança (e de um adulto) mas também existe um lado muito sombrio sempre à espreita...

Hoje li que na Índia as crianças vitimas de abusos sexuais são ainda vitimas de maus tratos e traumas diversos pelos policias e os médicos que as ouvem...  Que os medicos inclusive, lhes fazem o teste do dedo, para determinar o seu histórico sexual e falamos de crianças com idades variadas, 2, 3, 4, 5 anos...

Mas não precisamos de ir à Índia, cá quantas crianças são abusadas e quantas vezes com a conivência dos familiares à volta da criança e do abusador, que tantas vezes é o pai, um tio, a mãe, um amigo...

Como vou eu, um dia, ter coragem para explicar à Inês que existem mães que matam os filhos, pais que espancam e violam os filhos, policias e médicos que maltratam quem tem coragem de dizer que alguém mau lhes tocou...

Como é que se mostra este lado nojento do mundo a uma criança sem a beliscar? Se nós, que já somos adultos, não conseguimos encarar estas realidades sem sentirmos o estômago às voltas e uma tristeza e desencanto profundos... 

Hoje a Inês estava a brincar com um dos bebés dela, tinha-o no colo e cantava para ele enquanto ia espreitando o canal Panda, fiquei a olhar para ela, tão doce, tão meiga, tão deliciosa naquele momento, quando me viu levantou-se e veio abraçar-se às minhas pernas e deu um beijinho... Eu senti-me tão feliz, tão abençoada!

Depois li a noticias de todas aquelas crianças na Índia, doces como a Inês, meigas, deliciosas e todas as outras crianças por cá e pelo mundo fora que são destroçadas pelos Papões repugnantes que existem no mundo, sempre à espreita, sempre à espera, ávidos de destruir o momento mais bonito da nossa espécie, a idade mais especial, a altura em que estamos mais perto da perfeição, uma perfeição bela, sensível e pura, que ainda só aspira e respira Amor...

E senti-me tão pequena, tão fraca, tão triste...




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