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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Pesadelo em Seixal Street

"Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer?"

Seguimos à risca o ditado e a Inês e deitamos cedinho (não, não digo a que horas para não me gozarem muito...)

E acordar perto da meia noite e meia com os bombeiros????

E não, não era o anuncio do Axe Apollo, foi um momento mesmo medonho na minha vida...

Começamos por ouvir, do fundo do vale dos lençóis, alguém aos pontapés a uma porta e a gritar o nome de outro alguém...
E vários vizinhos nos corredores a dizer:
-Tenha calma, já aí vêm...
E o homem desesperado aos pontapés na porta a gritar o nome de alguém que afinal, era o nome de uma criança...
De repente tocam-me à campainha e eu levantei-me, de um salto, com o coração aos pulos, a pensar:
-Meu Deus o que está a acontecer...

No andar de cima o homem chorava e pedia:
-Abram a porta, por favor abram a porta...

Vou a correr para o corredor, meio taralhouca de ter acordada sobressaltada, de pijama do monstro das bolachas e meias, abro a porta deparo-me com 3 bombeiros e todos os meus vizinhos...
Os bombeiros, precisavam de passar da minha varanda para a varanda de cima, uma criança de 12 anos estava sozinha em casa...
A mãe entrou-me pela casa dentro, louca, desesperada, e se eu queria lá saber de cortesias, quanto mais ela, que estava fora de si e nem conseguia falar...
O filho não dava sinal, não respondia à campainha, nem aos pontapés na porta do pai, ou sequer aos gritos de um homem que só chamava o seu nome, na esperança que tudo não passasse de um susto e ele estivesse apenas a dormir...
Foram minutos de angustia para todos, mas a deles não teria com certeza comparação...

O bombeiro conseguiu subir pela minha varanda, e entrar em casa daqueles pais que sentiam o mundo fugir...
Entrou directamente para o quarto do filho deles, que fica por cima do quarto da Inês (que dormia profundamente no meu quarto e nem abriu o olho apesar da confusão e do barulho) e à semelhança da minha filha, também o deles dormia, todo aquele sufoco, passara-lhe completamente ao lado...

O bombeiro abre a porta e diz:
-Esta tudo bem, ele estava a dormir!

Não sei o que se passou antes, nem o motivo dele estar sozinho em casa...
Os pais choraram, eu também senti a voz tremer e podemos todos dormir depois mais tranquilos...

O menino dormia feliz, mas os pais e até nós, tínhamos tido um terrível pesadelo.




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