Número total de visualizações de páginas

terça-feira, 29 de abril de 2014

As mentiras da verdade! Ser mãe não é (sempre) um paraíso!

Ser mãe é a melhor coisa do mundo!!!

Sim é, mas cansa! E cansa muito! 

A maternidade tem muitos dias cinzentos, não são só dias cor-de-rosa, como, quase, todas as mães apregoam aos sete ventos... 
É difícil, leva-nos ao extremo, testa-nos constantemente (e raramente achamos que passamos nos testes com distinção, porque achamos que podíamos ser sempre melhores) e nunca, nunca tem dias de folga...  



(Mesmo se não estamos com eles, estamos a pensar neles, ou que a sopa está a acabar, ou que temos de comprar mais fraldas, ou interiores, ou que nos esquecemos de deixar alguma coisa,que ele(a) nunca precisou, mas se calhar vai precisar logo hoje, que não está connosco, tipo a maquina dos aerossóis que ainda está dentro da caixa...)

A primeira viagem nesta aventura, no entanto, parece-me que é a pior, em termos de ansiedade, cansaço e culpabilização constante... Não porque os primeiros filhos sejam mais difíceis, ou complicados, mas porque as primeiras mães ainda são virgens (e eu até de signo, valha-me-Deus) nestas andanças...
É todo um mundo novo que nos engole e nos acolhe!

Antes de nascerem até podemos estar tranquilas e confiantes! Pensamos que estamos preparadas, lemos bastante, falamos com amigas veteranas, queremos muito, o que é que pode correr mal? Certo?
Mas...
Mas, há sempre um mas...
A mulher que somos no dia antes de termos o nosso bebé, não é a mesma que nasce com ele, no dia seguinte...
 Não é só ele que surge pela primeira vez no mundo, nós também! 
E todas as certezas que tínhamos estremecem, mesmo se somos as pessoas mais confiantes e esclarecidas do mundo...

E aquilo "que nos vendem" as outras mamãs nem sempre se aplica no nosso caso, vejamos alguns exemplos que na pratica, comigo, não se verificaram:

-Eu, ainda na maternidade, já distinguia o choro do meu/inha bebé, do choro dos outros!
(se alguma vez isso me tivesse acontecido nunca tinha feito xixi à pressa, sempre que ia à casa de banho, ou tomado banho em 2m...)

-Mal olhei para ele(a) chorei muito e senti logo um amor avassalador! (Eu não chorei quando vi a Inês, ou quando vi o Guilherme, fiquei, sim, aliviada de os ver cá fora e de os saber saudáveis, amo-os avassaladoramente, mas esse Amor desmesurado constrói-se todos os dias e continuará a crescer todos os dias da minha vida!)

-Sempre que ele(a) chora identifico o que quer! (Ui... Confesso que com o Guilherme foi bem mais fácil, mas porque a minha tolerância a choro de baby já estava muito maior, mas com a Inês de inicio era mesmo Totobola:  -Deve ser fome, ah, afinal deve ser fralda molhada, ah afinal deve querer só colo, ah, então se calhar são cólicas, ah afinal deve ser mesmo fome... ou então, não...)

-Nunca tive dificuldade em vestir o meu/inha bebé! (Eles são pequenos, odeiam que os dispam, choram como se os tivéssemos a matar, ficam vermelhos como pimentos, prestes a explodir... No meio disto tudo encaracolam-se todos, tesos que nem bacalhaus, enquanto nós tentamos enfiar lá dentro pernas e braços minúsculos, cheios de medo de os magoarmos, tudo isto ao som de um choro agudo e agonizante, que não termina durante todo o processo... Há mais difícil do que isto???)


E sim, temos medo de não acordar quando eles precisam de nós, nos primeiros dias. (E depois passamos a vida a ver se eles estão a respirar, quando dormem profundamente e somos nós que nem dormimos...)


Achamos que vamos aguentar bem a dormir pouco e afinal, dormir é tão maravilhoso e surpresa, das surpresas, faz-nos mesmo MUITA falta... (Resultado andamos com olheiras mais escuras que pântanos e um humor de cão com sarna...)


Vivemos no pânico da primeira febre... (E maldizemos todos os episódios que vimos do Dr. House, que nos deixam, agora, a cabeça às voltas...)


A primeira vez que se engasgam a sério, pára-nos o coração, apesar de podermos saber bem (na teoria) o que temos de fazer. (E depois fazemos o que é suposto e pensamos que da próxima vez não vamos fazer a tempo e... e... e... Enfim, apanhamos um cagaço do caraças!!!)


A primeira vez que batem com a cabeça (mesmo que seja uma pequena batidinha) pensamos logo em traumatismo craniano e damos connosco a observar a reacção deles durante as próximas 48h e com medo que durmam a sesta do costume, apesar de estarem normalíssimos... (Isto tudo, enquanto pensamos de 5m em 5m a culpa foi minha, a culpa foi minha, a culpa foi minha...)

Queremos muito que aprendam a andar, mas ao mesmo tempo temos tanto medo que caiam e se magoem que temos que nos controlar, muito, para não andarmos sempre a dar-lhe a mão... (Eu ainda fui pior e comprei-lhe um capacete... E vou usar neste outra vez quando chegar a altura...)


Achamos que vamos saber respeitar o seu ritmo de crescimento, mas acabamos sempre por ficar preocupadas quando ele ainda não anda, não gatinha, não fala, ou não conta até 56766746566566, como o filho/a da nossa amiga... (E sentimos-nos estupidamente vaidosas quando é o contrário... Que estupidez, mas é verdade...)


A única parte que melhora com o segundo filho, terceiro, etc..., é que já sabemos que vamos passar por isto tudo e que sobrevivemos da primeira vez e que apesar de não sabermos tudo, não sermos perfeitas, os primeiros filhos também sobreviveram e até nos parecem, muito felizes!!!

E se não compensasse em larga escala, porque é que existe a vontade de repetir tudo outra vez? Hum?






2 comentários:

  1. A mulher que somos no dia antes de termos o nosso bebé, não é a mesma que nasce com ele, no dia seguinte...

    Pois, em ti, pela tua mão, as verdades universais, sabem a doce Gourmet, altamente confeccionado, com um travo único e de paladar requintado.

    És única no modo como fazes das palavras pérolas

    ResponderEliminar
  2. Muito obrigada meu querido!!! Tu é que és um verdadeiro amigo Gourmet!!! Gosto de ti aos montinhos!!! :)))

    ResponderEliminar