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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Aprender a dançar a um ritmo diferente

Confesso que me faz um bocado de confusão esta nova mania de alguns psicólogos, considerados gurus da pedagogia, apregoarem às mães:
-Pense primeiro em si!
-Seja feliz primeiro!
-Não se anule em beneficio dos seus filhos!

Mas porque é que só existem estas duas opções???
Filhos em segundo plano, ou mães em segundo plano???



 Eu sempre encarei a maternidade como uma dança a um ritmo diferente daquele que estávamos habituadas!
 Uma coreografia nova, às vezes difícil, que ao principio nos faz sentir que temos dois pés esquerdos, mas com o tempo, alguma paciência e muita ajuda dos nossos filhos se torna a Valsa mais graciosa das nossas vidas! (Ás vezes é mais Foxtrot...)

Eu acho que às vezes os adultos se esquecem como cresceram rápido, como num abrir e fechar de olhos, passaram de andar sempre agarrados às saias das mães (e às calças dos pais, claro!!) para já terem uma vida completamente independente e autónoma...

Quando ouço alguém a dizer:
 -Eu não me privo de nada pelos meus filhos e assim é que deve de ser!
Eu pergunto-me mas afinal o que é isso de nos privarmos de coisas por causa dos nossos filhos?? 

Posso ser tacanha, mas não consigo entender o conceito...
Privar-me de coisas é o quê?
Eu privo-me de estourar o ordenado em roupa para pagar as contas, por exemplo, tento arranjar um equilíbrio, como é lógico...

Será que devemos ver os nossos filhos como obrigações sufocantes das quais temos que nos libertar, de quando em vez, para fazer uma extravagância??

Teremos de os comparar às contas da luz (que deixaríamos de pagar este mês, para comprar aquele vestido) ou a um emprego que detestamos (porque nos anula, faz sentir burros e frustrados) ao qual fazemos gazeta para irmos à praia?

Eu não acho que me anule pela Inês, nem consigo perceber como o poderia fazer... 
Acho que muitas das minhas escolhas passam também pelo bem estar dela, como do meu , do pai e até mesmo (já) do Guilherme, afinal fazemos parte da vida uns dos outros!  

Se eu não viajo agora para as Caraíbas (e claro que me apetece, apetece sempre!!) não faço disso um drama, ou penso:
-Oh! Céus ser mãe é mesmo castrador...

A Inês (felizmente porque a vida cresce todos os dias) não terá 22 meses eternamente, o Guilherme não estará dentro da minha barriga para sempre... 
Quando for possível iremos os 4 a muitos sítios que agora a logística (e o meu bom senso) não permitem, por agora procuramos soluções que nos sirvam enquanto família e nos façam felizes nesta fase, fase esta que também há-de passar e passa tão depressa...
Quando menos esperarmos andaremos os dois, novamente sozinhos numas férias por esse mundo fora, porque eles preferem ir viajar com os amigos... 

Privar-me estaria agora, se não aproveitasse tudo o que posso neste momento... A anular-me estaria sim, se pensasse que não pode haver felicidade e concretização por também ser Mãe, além de Mulher e que ambas as facetas me tornam mais rica e não colidem ou se anulam...
 Ser feliz passa por nos aceitarmos como um todo, ou será que não é?

Claro que posso combinar à mesma momentos só com amigos, cafés para conversar sobre outros assuntos que não metam fraldas, bacios, chupetas e gracinhas novas...
Claro que os posso deixar com os avós para ir almoçar tranquilamente com o pai da Inês!

Mas também muitas vezes escolho ficar com ela e em breve com o irmão (que por agora anda comigo para todo o lado), escolho-o por prazer e também por dever e não tem mal algum em devermos ficar com eles e decidirmos que desta vez o bem-estar deles se sobrepõe ao nosso...
Isto chama-se Amor!

Se mudamos alguns comportamentos (e aqui não falo da nossa personalidade)  quando escolhemos viver com outra pessoa, porque é errado e um atentado à emancipação feminina se o fizermos pelos nossos filhos??

Ser mãe não é uma ditadura, mas é uma escolha!
E o Amor não nos obriga a subtrair parte de nós, mas ensina-nos a multiplicar a nossa vontade!
 



 
 
 

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